A Marcha
das Vadias surgiu como um movimento em protesto ao discurso de um policial,
que sugeriu as alunas de um colégio no Canadá a andarem com roupas mais
“comportadas” para que estas não corressem o risco de serem estrupadas, isso
após uma aluna ter sofrido violência sexual.
Com essas palavras o policial sugeria que a culpa da violência sofrida
pela aluna era dela e não do estrupador? Como eu vi em um dos belos cartazes
exibidos pela Marcha das Vadias aqui no Brasil, se um homem anda sem camisa
ele também quer ser estrupado?

Esse dias a apresentadora Xuxa revelou em uma entrevista ao fantástico
que sofreu abuso sexual na infância, logo as redes sociais se encheram de
postagens a taxando de oportunista, amoral, entre tantos outras intitulações,
enfim, a Xuxa virou a Vadia da vez. Bom, eu não vi a entrevista
porque não sou muito fã de TV, ainda mais quando se trata da tal emissora, e
tão pouco fã da Xuxa, no entanto, sou defensora da mulher que sofreu abuso
sexual quando criança e que não teve culpa disso, mesmo assim a sociedade
parece acusá-la pelo abuso sofrido sem dó nem piedade, como fez o policial com
a estudante dos EUA. Imagens usadas da apresentadora usando roupa curta, que
circulam pelas redes sociais parecem à apontar como a instigadora da violência.
E isso não é aceitável em nenhuma cultura, incriminar à vítima ao
criminoso.
Bom, além da discussão da violência sofrida pela mulher, em um mundo
patriarcal e machista, o caso da estudante e a Ódisseia feita pela mídia do
caso Xuxa, abriu outra discussão que é inerente ao movimento feminista: O da
liberdade, e entenda-se liberdade em todos os seus sentidos.
O grito de liberdade para as mulheres teve inicio no Canadá (após o caso
da estudante) e chegou até o Brasil no último domingo, 27. A Marcha das Vadias como foi
intitulada ocorreu em praticamente todas as capitais do Brasil.
Acompanhei o dia inteiro pelas redes sociais (já que não moro em
capital e na do meu estado ainda não teve) e o que posso dizer é que me senti
muito orgulhosa de ser mulher, de me ver mulher, daquelas mulheres que se
fizeram presentes na marcha.
Isto tudo escrito até aqui, na verdade era só pra dar os parabéns a
todas as mulheres que participaram dessa marcha, que gritaram que eram donas do
seu próprio corpo e deles faziam o que bem entendessem, que lutam por um mundo
mais igualitário, que pedem a queda dessa sociedade patriarcal . Parabéns
mulheres, porque lugar de mulher não é na cozinha, lugar de mulher é na rua,
lutando!
"Porque se ser livre é ser vadia, somos todas Vadias"
...E dia 17 de Junho é a vez das alagoanas e alagoanos darem seu grito de liberdade
