Vivemos num mundo onde o discurso da inclusão é enunciado a todo o tempo, seja pelos meios de comunicação de massa (TV, rádio, internet) ou pelos aparelhos ideológicos do Estado, incluindo entre eles a escola. Esses discursos, por vezes, tentam nos convencer de que estamos dando largos passos em direção a tão sonhada inclusão das pessoas estigmatizadas pela sociedade: pessoas com necessidades especiais, negros, sujeitos que vivem em condições precárias no que se refere a suas necessidades básicas, e tantos outras que são oprimidas pelo sistema.
È comum entre muitos que nos últimos anos tem havido uma melhoria na inclusão, de modo geral, e em especial para pessoas com necessidades especiais, porém, inclusão não é somente construir rampas e classes especiais para esse público, é lógico que isto também é de extrema importância, entretanto, se o Estado não dá às condições necessárias para que estas permaneçam na escola e sejam aceitas nos mais diferentes ambientes sociais isto acaba acarretando num processo de inclusão excludente(fato este que é corriqueiro no Brasil, não só no ensino especial como também em todo ensino regular) o que a meu ver de fato não incluiu. Aliás, o discurso da inclusão/excludente (incluir para depois excluir) é divulgado a todo o tempo por um aparelho ideológico do Estado e, atualmente do sistema capitalista neoliberal, chamado escola, uma vez que esta propaga a ideia de que com uma boa formação você poderá adentrar no mercado de trabalho a hora que bem entender, fato este que não é verdade, pois vivemos num sistema que precisa manter a sua relação de opressores e oprimidos para poder continuar se alimentando. Portanto, o discurso que é transmitido na escola, de que com uma boa formação, independente de que raça, credo, ou religião pertençamos conseguiremos um bom trabalho num estalar de dedos, e de que deste modo estaríamos incluídos no mercado de trabalho não faz nenhum sentido, visto que de 100% que sai formado de uma universidade apenas 10% conseguem trabalho na área em que se formou, além disso, segundo Jurjo (2003) em uma mesma sociedade, os diplomas obtidos por uma pessoa no sistema educacional valem na medida em que não haja muitas outras com um nível semelhante, pois senão essa variável deixa de ser operativa, prevalecendo então outras variáveis, como a família de origem, a religião, a ideologia política, o gênero, a etnia, a idade, a saúde ou nacionalidade.
Entre esses tantos eventos que dão espaço para exclusão no Brasil ainda há a falta de participação dos “cidadãos” nas decisões do Estado no que se referem as suas políticas públicas e, consequentimente na ausência de serviços de qualidade como: educação, saúde, saneamento etc. esta falta de participação e, portanto, de inclusão do sujeito nas decisões do que lhe é de interesse, muitas vezes é ocasionada pela alienação que os próprios poderes dominantes sentem a necessidade de afirmar, continuando assim numa sociedade em que a falácia da inclusão é divulgada o tempo todo (principalmente nos últimos anos), mas que ainda precisa de grandes avanços e conscientização para que possamos chegar a sua essência.
"Só sabendo como estamos é que podemos determinar o que faremos."
Por: Wanubya Menezes
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